Guillǝ
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Segundo Guillǝ, esta cidade era o pior lugar por onde podia ter passado. Estava sempre dizendo: "Não se pode fazer nada em um lugar onde todo mundo se conhece!". Então todas as noites Guillǝ andava só, sua alma era as sombras refletidas nas calçadas, em silêncio. Saía de casa ora convicto ora suspeitoso de que ali os amigos haveriam de lhe roubar os sonhos mais intensos –– "Para mim esta cidade é uma cidade para amantes solitários!" dizia a si mesmo, no exato momento em que levara um pequeno susto com o barulho soturno de um carro que se aproximava lentamente. Havia sereno. Guillǝ vestia cinza. Agora (como passageiro) sentia calma, sentia a música e o silêncio. Pensava em como podia ter se perdido a este tipo de desejo. Desceram por entre arbustos num jardim obscuro de uma enorme casa desabitada. Ao longe se avistava as luzes da estação – mas agora – com as calças semi arriadas, já em outro espectro de excitação, Guillǝ já não mirava as luzes... Então, sacando as calças avidamente, pergunta:
"–O que esperas? Um coração??
flesh, undies et cocờricờ Guilherme Garrote.
Ultra Hedonistics